segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Escola britânica muda horário das aulas e reduz faltas em 8%

Uma escola britânica que decidiu iniciar as aulas uma hora mais tarde como parte de um experimento cientifico afirma ter registrado uma queda significativa nos índices de ausência dos alunos.
A escola de ensino secundário Monkseaton High School, em Newcastle, no norte da Inglaterra, tem 800 alunos com idade entre 13 e 19 anos.
Desde outubro do ano passado, as aulas começam às 10h em vez das 9h.
A escola permanece aberta entre 8h e 17h e as aulas são dadas entre 10h e 15h40.
As observações iniciais indicam que as faltas gerais caíram 8% desde a adoção da medida. No mesmo período, as ausências persistentes tiveram uma queda de 27%.
Segundo o diretor Paul Kelley, a mudança no horário das aulas pode ajudar a criar adolescentes "mais felizes e mais bem educados".
"Podemos ajudá-los a aprender melhor. Podemos ajudá-los a ficarem menos estressados simplesmente mudando o horário das aulas", disse.
Relógio biológico
O diretor afirmou ainda que exames médicos já comprovaram que o adiamento no horário de início das aulas se enquadra melhor à saúde física e mental de jovens nessa faixa etária. Segundo ele, os adolescentes aprendem melhor no período da tarde.
O experimento de adiar o horário do início das aulas foi supervisionado por cientistas, que monitoraram o efeito da mudança sobre os alunos.
Um desses cientistas, o professor de neurociência da Universidade de Oxford, Russell Foster, realizou testes de memória nos alunos da escola. Segundo ele, os resultados sugerem que as lições mais difíceis devem ser ensinadas no período da tarde.
Foster afirmou ainda que o relógio biológico dos humanos pode ser alterado na adolescência --o que poderia significar que esses jovens querem acordar mais tarde não porque são preguiçosos, mas porque estariam programados para fazê-lo.
De acordo com o especialista em sono Till Roennenberg, é um "absurdo" começar as aulas cedo.
"Isso está relacionado ao modo como nosso relógio biológico se ajusta aos ciclos de claridade e escuridão. Isso claramente se torna mais tarde na adolescência", disse.
Segundo ele, ao acordar muito cedo, os adolescentes perdem a parte mais essencial do sono. "O sono é essencial para consolidar o que se aprendeu", disse.
A escola afirmou que vai decidir antes do próximo ano letivo se vai dar continuidade ao programa. Os resultados finais sobre o experimento na instituição de ensino serão publicados em uma revista científica no próximo ano.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

MONTESSORI - VISÃO CÓSMICA

            Crianças portadoras de deficiência mental, desde que educadas de maneira adequada, podem desenvolver a inteligência.Se isso é possível, o método pode ser aplicado a outras crianças com êxito.Tudo é questão de utilizar materiais e técnicas corretas. Baseada nessa certeza, a médica italiana Maria Montessori desenvolveu o método que até hoje leva seu nome.
           O método Montessori não é apenas uma técnica de alfabetização , é um sistema de educação, com uma visão cósmica visando a integração de todosos seres vivos e respeito ao meio-ambiente .
           O espaço escolar é o primeiro alvo do método, que se preocupa em tornar o ambiente agradável e vivo. Em vez de bancos padronizados para todos, cadeiras e mesas adequadas ao tamanho das crianças.Os bancos devem ser removíveis para atender às necessidades de cada momento.A preocupação com disciplina já começa aí:os alunos têm liberdade  de dispor de seus lugares, em alguns momentos, mas devem saber como fazer isso sem perturbar ninguém. Nada de livros ou cartilhas, mas objetos – blocos de madeira, cubos, fitas, linhas, tecidos, todo tipo de instrumento que permita o desenvolvimento da inteligência – que estimulem a audição, o tato, a visão ou mesmo a concentração. Montessori considera a educação dos sentidos um elemento essencial. Dessa maneira, o material didático é concebido para dar ao aluno a chance de perceber e conhecer cada estímulo, cada sensação.
            A conservação do ambiente e o relacionamento social não são esquecidos. As crianças são estimuladas a desenvolver a cortesia e a amabilidade.Devem respeitar-se mutuamente, revezando-se nas tarefas de conservação da sala- a limpeza e ordem do ambiente  dependem unicamente das crianças.              
 O método diz respeito à liberdade da criança. O aluno pode escolher o material com que vai trabalhar.Ao professor cabe  orientar, quando necessário, a utilização de algum objeto.”O professor é um mediador do conhecimento.
            Sobre alfabetização, Montessori vê dois aspectos:primeiro, considera que a escrita não deve ser a principal preocupação da Escola. Para utilizar a linguagem, ou seja, para exprimir um pensamento,  é necessário que esse pensamento esteja organizado.E, para isso, deve-se primeiro educar os sentidos e aas percepções.
            A educadora italiana preferia utilizar letras grandes, recortadas em papel ou papelão, para familiarizar a criança com o desenho da letra.Ao mesmo tempo, associava a letra a algum desenho que representasse seu som:para o “M” , uma mão, para o “F” uma faca.Depois de familiarizar o aluno com as letras e vocábulos, já é possível formar palavras. Manipulando o alfabeto de papelão ou madeira, a criança forma as palavras, sílaba por sílaba, conforme seu som.Como as letras não são fixas, podem sempre ser alteradas e corrigidas.Feito isso, verifica-se a “explosão da escrita”, nas palavras da própria Montessori.
A Primeira Doutora da Itália
            A criadora de um dos mais populares métodos educacionais em uso não era uma pedagoga. Maria Montessori doutorou-se em medicina – foi a primeira mulher na Itália a obter esse título. Nascida em 1870, começou a exercer sua carreira de médica como assistente em um hospital psiquiátrico em Roma, onde iniciou suas pesquisas sobre aprendizagem, tendo como objetos de seus estudos um grupo de crianças excepcionais.
            Para a instrução primária desses portadores de deficiência desenvolveu todo o material pedagógico que viria a usar em seu método.A classe preparada por Montessori conseguiu passar em um exame público de admissão para o primário, sem que os examinadores notassem qualquer diferença. Partindo do princípio de que o método utilizado desenvolvia a inteligência, resolveu aplicá-lo a crianças não-excepcionais. Montessori faleceu na Holanda, aos 80 anos.
Idéias Sensoriais
            “Procuremos , porém, infundir numa só alma o espírito de áspero sacrifício do cientista e do inefável êxtase de uma alma mística – e teremos obtido o espírito do educador”.
“Precisar do auxílio de um criado é depender dele, é admitir a própria incompetência.O paralítico e o príncipe que não podem descalçar os sapatos, um por uma causa patológica, o outro por uma razão social, estão, de certo modo, na mesma situação.”
“A análise dos movimentos caminha paralela à economia de movimentos:não executar nenhum movimento supérfluo é alcançar o grau de perfeição.”
“A educação sensorial é igualmente necessária como base para a educação estética e a educação moral.”
“Nossa missão face á criança é fazer chegar ao seu espírito raios de luz, avançando sempre mais.”
    (Maria Montessori,Pedagogia Científica)

Bibliografia
Maria Montessori, Pedagogia científica,Ed. Flamboyant
A criança , Ed. Nórdica
Mente absorvente, ED. Nórdica
Maria Montessori Jr Educação para o desenvolvimento humano, Ed. Obrape

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Crise pode tornar o estudo um 'luxo', dizem bispos italianos

O vice-presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), monsenhor Gualtiero Bassetti, alertou nesta quarta-feira para o risco de uma possível crise econômica mundial prejudicar o direito ao estudo. Segundo ele, os bispos italianos acreditam que "o direito ao estudo, que é um direito de todos, poderá se tornar um luxo", já que, há algum tempo, são registradas "situações de precariedade e pobreza humana e moral".
"Estou falando de situações de pobreza econômica cada vez mais difundidas por falta de trabalho; pelo alto custo de vida; por casas que não se encontram mais, apesar da expansão imobiliária frenética; pelo financiamento imobiliário que não dá mais para pagar", afirmou Bassetti.
O vice-presidente da CEI também disse que "uma cidade ou um país que não tem em sua base a solidariedade e o bem comum, e sim, o egoísmo e o privilégio, perdeu o sentido profundo do seu papel de organização e da sua finalidade de civilização".